Pronto, seu bebê nasceu e junto dele nasceu uma mãe, uma nova mulher cheia de dúvidas e ansiedades!
Vêm então
as perguntas: como e quando inciar o desmame? quando passar da papinha para a
comida da família?, e a mamadeira quando devo aposentá-la?, quando passar do
berço para a cama?, a banheira não é mais necessária a partir de qual idade?!
Essas são
muitas das perguntas que ficamos nos fazendo conforme nossos pequeninos vão
crescendo (e como crescem rápido!)...
Mais uma
vez não existe regra absoluta, pois cada bebê é um ser único com
características de personalidades diferentes e um ritmo particular, mas existem
os momentos mais propícios para cada etapa de transição!
Como
"Transição dos bebês" é um assunto muuuuuito extenso, vamos dividí-lo
em partes, ok?
Hoje falaremos sobre o desmame e
a introdução da alimentação complementar que é a transição da amamentação para
a alimentação semi-sólida e sólida.
Quando
iniciar o desmame e a introdução da alimentação complementar?
Nos
primeiros seis meses de vida, os bebês devem receber exclusivamente leite
materno. Os novos alimentos não devem substituir o leite, mas complementá-lo,
pois o ideal é que a amamentação seja mantida até os dois anos ou mais. Para a
mãe que deseja continuar amamentando depois dos 6 meses, é indispensável que
certos cuidados sejam tomados para que os alimentos no primeiro ano não
substituam o leite materno e exerçam uma função, principalmente, educativa. O
leite materno continua sendo a principal fonte de nutrição do bebê, os outros alimentos
são complementares!
Existe um
consenso de que a introdução de alimentos complementares não deve acontecer
antes dos quatro meses porque o sistema digestivo e o rim da criança são
imaturos, o que limita a sua habilidade em manejar alguns componentes
diferentes do leite humano.
Este
período é uma fase que exige cuidados, dedicação e persistência por parte das
mães e/ou cuidadores, tanto pela possibilidade de administração de alimentos
inadequados, quanto pelo risco de contaminação dos mesmos.
É um momento
de aprendizado para o bebê, com reflexos a curto e longo prazo. “Se a
alimentação for inadequada nessa fase, será mais difícil mudar os hábitos
depois”, diz Vanessa Liberalesso, pediatra coordenadora do departamento de
Suporte Nutricional da Sociedade Paranaense de Pediatria. Segundo ela, os pais
ou cuidadores constróem o hábito alimentar das crianças, que aprendem pelo
exemplo e por imitação.”
Também é
preciso respeitar o período de adaptação aos novos alimentos. “Até os dois anos
a criança aprende os sabores. "Quando faz cara feia ou cospe a papinha é
porque ainda não está acostumada à deglutição”, ressalta. Uma dica da pediatra
é oferecer um alimento de oito a dez vezes. “Assim, ela se acostuma com novos
sabores e texturas”. Mas a insistência deve ser positiva, sem forçar. “Respeite
a quantidade desejada pela criança e torne a refeição um momento tranquilo, de
prazer e bem-estar.”
Segundo o
pediatra espanhol Dr. Carlos Gonzales, "guru" da amamentação (já
falei dele nesse post), "A introdução de alimentos
sólidos é uma oportunidade nova de perigo e devemos trilhar este caminho com
cuidado." Ele esclarece que, quando menciona “sólidos”, não se refere
apenas aos alimentos oferecidos ao bebê com uma colher. Usa o termo para
referir-se a qualquer comida além de leite humano ou leite modificado, mesmo
água, chá ou comidas duras como biscoito.
No livro
"My Child Won't Eat" ele fala sobre essa introdução dos sólidos e que
eu particularmente, gosto muito!
Para ele,
muitas mães encontram-se sobrecarregadas de informação a respeito de regras,
grandes, pequenas e médias envolvendo alimentação de bebês. Elas recebem
conselhos de pediatras e enfermeiros, algumas informações muito mais complexas
e detalhadas que aquelas dadas pelos especialistas famosos, palpites de família
e amigos, bem como as “conversas de comadre” que alertam sobre evitar comidas
“reimosas” ou “incompatíveis”.
Incapaz
de seguir todas as regras ao mesmo tempo, muitas vezes a mãe opta por rejeitar
todas e fazer somente aquilo que ela quer. O risco é de que ela ignore as
recomendações realmente importantes.
Para
evitar tal problema, ele diferencia claramente entre as opções onde há um grau
de consenso em relação à sua importância (baseadas numa combinação de normas
internacionais) e aquelas sugestões que parecem úteis, embora outros
profissionais possam ter opções diferentes.
Pontos
Importantes
Tenha em
mente os seguintes pontos, embora eles não devam ser tomados como dogma:
1. Nunca
force uma criança a comer.
2.
Amamente exclusivamente até 6 meses (sem papinhas, suco, água, chás, etc.).
3. Aos 6
meses, comece (sem forçar) a oferecer outros alimentos, sempre depois da mamada
ao seio. Bebês não amamentados devem tomar 500ml de leite artificial por dia.
4.
Introduza os alimentos um de cada vez, esperando uma semana entre comidas
novas. Comece com quantidades pequenas.
5.
Ofereça alimentos que contêm glúten (trigo, aveia, centeio) com precaução.
6. Quando
cozinhar para o bebê, escorra bastante o alimento, evitando encher a barriga
dele com água.
7. Espere
até 12 meses de idade para introduzir alimentos altamente alergênicos
(especialmente laticínios, clara de ovo, peixe, soja, amendoim e muitas outras
comidas que já causam alergia em membros da família).
8. Não
acrescente sal ou açúcar aos alimentos.
9.
Continue amamentando por 2 anos ou mais.
Em
algumas situações pode-se introduzir sólidos antes de 6 meses (mas nunca
antes de 4!): quando a mãe trabalha, por exemplo. Ou quando a criança
claramente pede para ser alimentada agarrando o alimento e colocando-o na boca
sozinha.
“Oferecer” significa que, se ele quiser comer, o bebê come, mas se não quiser, não come. Muitas crianças recusam tudo, menos o seio materno, até 8 ou 10 meses, muitas vezes mais.
Alimentos sólidos são oferecidos depois da amamentação, não antes, e certamente não em substituição à amamentação. Somente assim você tem certeza de que seu bebê tomará o leite de que precisa. Acredita-se que entre 6-12 meses, o bebê precise de cerca de 500 ml de leite por dia. Claro que isso é uma média, muitos tomam mais e outros ficam bem com menos. Uma criança que toma mamadeira pode facilmente ficar bem com 2 mamadeiras de 250 ml ao dia. Não é razoável, porém, esperar que um bebê amamentado tome 250 ml a cada 12 horas; os seios da mãe ficariam desconfortavelmente cheios. Faz mais sentido para bebês amamentados tomar 100 ml cinco vezes por dia, ou 70 ml sete vezes por dia. Certamente você não sabe (ou não sabia antes de iniciar os sólidos) quanto leite seu bebê mama; mas se ele é amamentado antes da oferta de sólidos, você fica tranqüila sabendo que ele mama o que precisa.
Que comidas devo oferecer primeiro?
Não importa. Não há base científica que suporte a recomendação de um alimento antes de outro. Se você oferecer frutas primeiro, seguidas por cereal, depois frango, você estará seguindo as orientações da ESPGAN (Sociedade Européia de Gastroenterologia e Nutrição Pediátricas). Mas se você der frango, depois legumes e cereais por último, também estará dentro das normas.
Digamos que você decida começar com banana amassada. Depois da amamentação, ofereça ao bebê uma ou duas colheres. No primeiro dia é sempre melhor oferecer só um pouquinho, ainda que ele aceite bem. Se ele recusar a primeira colherada, não insista, mas continue oferecendo a cada um ou dois dias. Se ele aceitar bem, você pode aumentar a quantidade a cada dia. Depois de uma semana, você pode tentar outro alimento, como batata doce ou abacate. Na semana seguinte, pode oferecer um pouquinho de arroz. Cozinhe arroz (melhor ainda, cozinhe até virar papa), sem adicionar sal. Você pode adicionar azeite (ficará mais saboroso e terá mais calorias).
Esta ordem é só um exemplo, você pode inverter, se quiser. Claro, se alguma das comidas causar diarréia ou outros sintomas, ou se o bebê rejeita veementemente, é melhor esperar algumas semanas. Se uma reação mais severa é observada, como uma vermelhidão na pele, consulte o pediatra.
Também não é necessário introduzir uma comida nova a cada semana. Variedade significa um pouco de cereais, um pouco de legumes, um pouco de frutas – mas não é vital que o bebê coma muito de cada grupo. Maçãs não possuem nada diferente das peras e a maioria dos adultos vive bem comendo apenas dois tipos de ceral: arroz e trigo, deixando o resto para o gado. Se seu filho já come frango, você não estará acrescentando nada ao oferecer novilha. Antes de 1 ano, a introdução de muitos alimentos diferentes somente significa comprar mais bilhetes para a loteria da alergia.
A razão principal de oferecer outros alimentos ao bebê com 6 meses (e não depois) é que alguns bebês precisam de ferro extra. Portanto, seria lógico que comidas ricas em ferro fossem introduzidas primeiro. Por um lado, há carnes com alto teor de ferro orgânico altamente biodisponível. Por outro, há legumes, leguminosas e cereais que contêm ferro inorgânico, mais difícil de ser absorvido a menos que esteja combinado com vitamina C. É por isso que muitos adultos comem a salada primeiro (rica em vitamina C), depois os grãos e legumes, com a sobremesa por último. O que é comumente feito com bebês na Espanha não é uma idéia muito boa, oferecendo a eles somente grãos numa refeição, legumes na outra e fruta na próxima. Quando seu bebê ingere muitos alimentos, é uma boa idéia combiná-los , oferecendo-os numa mesma refeição (não batendo todos juntos no liqüidificador) ao invés de fazer menus monocromáticos (“hora do cereal”).
E se ele não quer comer comida de bebê?
Não se preocupe, isso é totalmente normal. Não tente forçá-lo. Você talvez tenha sido aconselhada a oferecer sólidos antes do peito, assim ele estará com fome suficiente para comer. Isso não faz o menor sentido, uma vez que o leite materno nutre muito mais que qualquer outro alimento. É por esta razão que usamos o termo “alimentação complementar”. Sólidos não são nada mais que um complemento ao leite materno. Se seu bebê mama e depois rejeita frutas, nada acontece; mas se ele aceita fruta e depois não mama, ele sai perdendo. Mais fruta e menos leite é uma receita para perda de peso.
O mesmo vale para leite artificial. Lembre-se de que se você não está amamentando, você precisa dar ao bebê meio litro de leite diariamente até que ele tenha 1 ano de idade. Não é bom negar o leite para que ele coma mais."
“Oferecer” significa que, se ele quiser comer, o bebê come, mas se não quiser, não come. Muitas crianças recusam tudo, menos o seio materno, até 8 ou 10 meses, muitas vezes mais.
Alimentos sólidos são oferecidos depois da amamentação, não antes, e certamente não em substituição à amamentação. Somente assim você tem certeza de que seu bebê tomará o leite de que precisa. Acredita-se que entre 6-12 meses, o bebê precise de cerca de 500 ml de leite por dia. Claro que isso é uma média, muitos tomam mais e outros ficam bem com menos. Uma criança que toma mamadeira pode facilmente ficar bem com 2 mamadeiras de 250 ml ao dia. Não é razoável, porém, esperar que um bebê amamentado tome 250 ml a cada 12 horas; os seios da mãe ficariam desconfortavelmente cheios. Faz mais sentido para bebês amamentados tomar 100 ml cinco vezes por dia, ou 70 ml sete vezes por dia. Certamente você não sabe (ou não sabia antes de iniciar os sólidos) quanto leite seu bebê mama; mas se ele é amamentado antes da oferta de sólidos, você fica tranqüila sabendo que ele mama o que precisa.
Que comidas devo oferecer primeiro?
Não importa. Não há base científica que suporte a recomendação de um alimento antes de outro. Se você oferecer frutas primeiro, seguidas por cereal, depois frango, você estará seguindo as orientações da ESPGAN (Sociedade Européia de Gastroenterologia e Nutrição Pediátricas). Mas se você der frango, depois legumes e cereais por último, também estará dentro das normas.
Digamos que você decida começar com banana amassada. Depois da amamentação, ofereça ao bebê uma ou duas colheres. No primeiro dia é sempre melhor oferecer só um pouquinho, ainda que ele aceite bem. Se ele recusar a primeira colherada, não insista, mas continue oferecendo a cada um ou dois dias. Se ele aceitar bem, você pode aumentar a quantidade a cada dia. Depois de uma semana, você pode tentar outro alimento, como batata doce ou abacate. Na semana seguinte, pode oferecer um pouquinho de arroz. Cozinhe arroz (melhor ainda, cozinhe até virar papa), sem adicionar sal. Você pode adicionar azeite (ficará mais saboroso e terá mais calorias).
Esta ordem é só um exemplo, você pode inverter, se quiser. Claro, se alguma das comidas causar diarréia ou outros sintomas, ou se o bebê rejeita veementemente, é melhor esperar algumas semanas. Se uma reação mais severa é observada, como uma vermelhidão na pele, consulte o pediatra.
Também não é necessário introduzir uma comida nova a cada semana. Variedade significa um pouco de cereais, um pouco de legumes, um pouco de frutas – mas não é vital que o bebê coma muito de cada grupo. Maçãs não possuem nada diferente das peras e a maioria dos adultos vive bem comendo apenas dois tipos de ceral: arroz e trigo, deixando o resto para o gado. Se seu filho já come frango, você não estará acrescentando nada ao oferecer novilha. Antes de 1 ano, a introdução de muitos alimentos diferentes somente significa comprar mais bilhetes para a loteria da alergia.
A razão principal de oferecer outros alimentos ao bebê com 6 meses (e não depois) é que alguns bebês precisam de ferro extra. Portanto, seria lógico que comidas ricas em ferro fossem introduzidas primeiro. Por um lado, há carnes com alto teor de ferro orgânico altamente biodisponível. Por outro, há legumes, leguminosas e cereais que contêm ferro inorgânico, mais difícil de ser absorvido a menos que esteja combinado com vitamina C. É por isso que muitos adultos comem a salada primeiro (rica em vitamina C), depois os grãos e legumes, com a sobremesa por último. O que é comumente feito com bebês na Espanha não é uma idéia muito boa, oferecendo a eles somente grãos numa refeição, legumes na outra e fruta na próxima. Quando seu bebê ingere muitos alimentos, é uma boa idéia combiná-los , oferecendo-os numa mesma refeição (não batendo todos juntos no liqüidificador) ao invés de fazer menus monocromáticos (“hora do cereal”).
E se ele não quer comer comida de bebê?
Não se preocupe, isso é totalmente normal. Não tente forçá-lo. Você talvez tenha sido aconselhada a oferecer sólidos antes do peito, assim ele estará com fome suficiente para comer. Isso não faz o menor sentido, uma vez que o leite materno nutre muito mais que qualquer outro alimento. É por esta razão que usamos o termo “alimentação complementar”. Sólidos não são nada mais que um complemento ao leite materno. Se seu bebê mama e depois rejeita frutas, nada acontece; mas se ele aceita fruta e depois não mama, ele sai perdendo. Mais fruta e menos leite é uma receita para perda de peso.
O mesmo vale para leite artificial. Lembre-se de que se você não está amamentando, você precisa dar ao bebê meio litro de leite diariamente até que ele tenha 1 ano de idade. Não é bom negar o leite para que ele coma mais."
E
lembrem-se: Os alimentos sólidos irão mudar o aspecto das fezes do bebê, elas
tendem a mudar de cor e prepare-se, de odor! Isso é normal! Converse com seu
pediatra caso elas estejam duras demais e causando dor para sair.
É isso aí
pessoal! No próximo post sobre transição falaremos sobre como e quando passar
da papinha para a comida da família. Até lá...
Beijos
Fonte: http://www.gazetadopovo.com.br/saude/conteudo.phtml?id=962829 e Livro "My Child Won't Eat" de Carlos Gonzalez.
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